No turbilhão incessante de minhas águas emocionais, tenho tentado, inutilmente, me lembrar o momento exato em que escolhi tomar a pílula azul - aquela mesma do filme Matrix . Inutilmente, pois, acredito agora, que não foi um momento: não apertei um botão, não virei uma chave, não chutei um balde. Não foi assim, uma coisa pontual. Foi uma teia, uma trama, ou,, como o mestre nos diz, uma espiral de momentos correlacionados que foram me direcionando para onde me encontro agora. Em ondas. E é em ondas que vamos sendo preparados, paulatinamente, para despertar. Este despertar precisa acontecer lentamente pois, de outro modo, não aguentaríamos. Como entrar em um mar gelado, há de se ter coragem. Primeiro molhamos as mãos, a nuca e nos preparamos para o choque, que sabemos estar próximo. E, assim como em um mergulho gelado, há realmente um desconforto. Nosso corpo precisa se adaptar. E,a medida que nos entregamos, de certa forma,nos acostumamos as novas temperaturas. O mergulho no i...